Oculto

Não… não venho aqui falar de ocultismos e das forças em que alguns acreditam mas sim da forma como oculto a minha forma de ser.

Antes de mais nada peço desculpa se isto parecer demasiado pessoal ou até egocêntrico mas foi um tema que me veio á mente no meio das muitas conversas de MSN que tinha no momento.

Muita gente certamente me vê como um brincalhão, como uma daquelas pessoas que diz sempre uma piada seja em que altura for (nem que seja num funeral) mas eu sei que não sou assim… ou talvez seja. Ainda há dias se viraram para mim e, para me apresentar a outra pessoa, apelidaram-me daquele “das piadas ribeirinhas”. Não inventei o conceito nem as uso habitualmente mas a verdade é que regra geral descrevem-me como bem disposto e animado… mas não sou.

Poucos certamente sabem a dor que sinto dentro de mim… aqueles que o deviam saber possivelmente serão os que sabem menos devido á minha forma de ser. Mas que forma de ser é esta? É a forma de ser de uma pessoa que oculta os seus sentimentos com piadas… com bom humor e boa disposição que não tem mas que mostra para evitar que os outros se aproximem…

Sou aquela pessoa que consegue estar a declarar-se a uma rapariga e no fim dizer “Ah não! Estava a brincar!” com um riso falso a suportar o medo e a falta de coragem. Ainda hoje estava a falar do texto anterior (aquele acerca da crise dos 16) e no meio da discussão séria e sem eu perceber bem porque o fiz comecei a mandar piadas e conscientemente mudei o assunto inconscientemente.

Não gosto de ser assim… vejo-o como uma cobardia, como uma fraqueza por muito que á primeira vista surja como qualidade. Não sou capaz de ser verdadeiro, de mostrar que sou triste e que tenho raiva para com o mundo que me rodeia e acima de tudo com aquilo que sou e mais ainda raiva daquilo que não sou.

Basicamente sinto-me um fraco e a cada piada que mando mais fraco me sinto mas inevitavelmente continuo a mandar essas mesmas piadas vezes e vezes sem conta a criar uma imagem falsa de mim que cai por terra nos momentos em que desespero e encontro uma réstia de coragem dentro de mim para explodir e dizer realmente o que sinto sem pensar e muitas vezes magoando tudo e todos á minha passagem…

Basicamente não gosto daquilo em que me tornei mas tenho de viver comigo mesmo…

PS: Ignorem, demasiados neurónios queimados no exame de matemática.

  • Luis Nabais | 2005/07/21 - 22:57

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