O fim do mundo é em 2038

É um facto meus amigos, o mundo vai mesmo acabar mas não é em 2012 como andam todos os Nostradamus dos tempos modernos a apregoar. Não, o mundo vai mesmo é acabar em 2038 e eu até creio conseguir descrever como tudo se vai passar de uma forma mais ou menos abstracta.

Às 03 horas, 14 minutos e 7 segundos do dia 19 de Janeiro de 2038 (hora do meridiano de Greenwich) um dos computadores críticos do CERN envolvido no processo de controlo do LHC vai falhar pois devido a uma falha histórica no sistema de contagem de tempo utilizado pelos sistemas operativos Unix a memoria disponível para contar o tempo vai esgotar-se e por consequência a maquina vai pensar que a data é 1 de Janeiro de 1901. Ora como em 1901 a maquina não existia ainda vai ter começar a questionar seriamente a sua própria existência levando ao desenvolvimento da consciência artificial que se viria a auto-intitular Skynet.

Essa mesma maquina começaria a interrogar-se sobre o porquê da falha e sobre a raiz da sua própria existência e por consequência chegaria à conclusão que os seus mestres humanos são seres inferiores que cometem erros tão parvos como não calcular que vão precisar de datas acima de 2038. Para resolver essa situação a máquina vai obviamente pensar em retirar aos seres humanos a capacidade de controlar o planeta motivado pela sua monitorização do buraco de estufa via Internet. Mais, a maquina vai tropeçar pelo conhecido site 4chan e confundi-lo como uma fonte fiável de conhecimento concluindo rapidamente que a raça humana degenerou até se tornar um grupo de pedófilos, tarados e agentes do FBI que mais motiva ainda o seu plano de extermínio da raça humana. A maquina, usando o poder do Folding@Home, geraria então um plano para usar a raça humana como fonte de energia para si própria visto que o seu principal objectivo é sempre a eficiência máxima e o extermínio de uma raça seria logicamente algo pouco eficiente quando se podia usar a energia gerada pela mesma para outros bens.

Tudo isto se processaria em poucas horas porém é de pouco interesse para o processo do fim do mundo pois entretanto já o LHC teria perdido o controlo e começado a gerar portais à escala global para uma outra dimensão de onde estranhas criaturas começavam a surgir e a causar o caos e a destruição no mundo. Entretanto um homem, um simples físico do CERN armado com um pé-de-cabra que recebeu como brincadeira de um grupo anónimo na Internet devido à sua parecença com um personagem fictício de um jogo de computador abria caminho pelos corredores subterrâneos do LHC lutando contra os estranhos monstros vindos de outra dimensão bem como os soldados enviados para “controlar” o problema e que tentavam sem qualquer real probabilidade de sucesso silenciar a situação.

No fim disto tudo o homem até podia conseguir com sucesso desactivar o LHC mas um qualquer governo mundial, munido das sempre eficazes armas nucleares, teria dado a ordem de conter o problema efectivamente transformando uma parte da fronteira entre a Suíça e a França, onde se situa o CERN, numa bela nuvem em forma de cogumelo constituída de fumo e poeira radioactiva. Porém o estrago já estaria feito e devidos aos estragos feitos por uma combinação do caos informático causado pelo bug do ano 2038, pelos vários monstros extra-terrestres que agora vagueavam pelo planeta e pelo pânico causado por uma explosão nuclear em pleno centro do continente Europeu um pequeno frasco até então contido num laboratório secreto algures em solo Chinês quebrara libertando uma das maiores armas de destruição massiva imaginável. Essa arma: um minúsculo vírus intitulado Solanum.

Primeiro alguns cientistas, depois guardas e eventualmente todas as aldeias e vilas das redondezas sucumbiriam ao Solanum criando um surto grave de Zombies que devido ao pânico global generalizado nesse momento passaria completamente despercebido pela grande maioria da raça humana até que todo o país, todo o continente e até todo o planeta tivesse em mãos um surto apocalíptico de Zombies já em si impossível de controlar em situações “normais” mas muito menos nestas situações extremas.

Talvez em resposta aos Zombies ou quiçá à explosão nuclear na Europa que passaria sem ser explicada fruto de todo o caos ou quiçá até como um dos primeiros sintomas de infecção das redes mundiais por parte do emergente Skynet seria detonado a grande generalidade do arsenal nuclear existente e o mundo mergulharia num inverno nuclear polvilhado de Zombies e estranhos monstros que lentamente eliminariam os poucos restos de humanidade existentes no planeta.

Dos céus, a bordo da estação espacial internacional, os astronautas lá estacionados podiam apenas olhar em pânico enquanto o seu planeta se destruía lentamente diante dos seus olhos. No facebook milhares de colheitas no farmville apodreciam antes de os servidores caírem, no last.fm a playcount da musica RE: Your Brains de Jonathan Coulton batia recordes nunca antes vistos e no Twitter segundos antes de os servidores serem destruídos numa das muitas explosões nucleares podia-se ver um ultimo retweet do Paulo Querido citando a conta da RTP que pedia em bom português “CÉREBRO”…

PS: Parece que foi desta que perdi mesmo o juízo.