O meu top de anime 2018

Rascal does not Dream of Bunny Girl Senpai Poster

1. Rascal does not Dream of Bunny Girl Senpai

Já tinha mencionado esta série quando olhei para o ano de 2019 aqui no blog devido à sequela que saiu no cinema nesse ano mas 2018 foi claramente marcado (para mim) por este Rascal does not Dream of Bunny Girl Senpai.

Esta série é mais uma na vaga de histórias inspiradas em Bakemonogatari e onde o personagem principal se acaba envolvido em eventos misteriosos com uma sequência de raparigas (sempre sexos opostos vá-se lá saber porquê /s) e ajuda na resolução desses eventos.

A nossa personagem principal chama-se Sakuta, um adolescente que por algum motivo se vê constantemente envolvido em casos de “síndrome da puberdade”, um fenómeno misterioso onde coisas estranhas acontecem a adolescentes como resposta a traumas comuns da idade. A história começa quando ele vislumbra uma rapariga a passar pela escola vestida com um fato de coelhinha ao bom estilo playboy. O estranho é que ninguém parece conseguir ver esta pessoa a passar sem ser ele.

O que faz a série sobressair-se num género que se tornou um cliché no meio é a atitude da sua personagem principal: Sakuta é claramente um adolescente com as hormonas em polvoroso mas ao fim do primeiro arco somos prendados com uma relação amorosa de quase plena confiança e as raparigas que vão aparecendo ao longo da série nunca acabam por criar triângulos ou quadrados românticos nem Sakuta mostra qualquer interesse romântico nelas. É genuinamente digno de louvor quando uma série não vive das shipping wars e da toxicidade que advém de ter os fans a discutir sobre qual será o par final.

No entanto não seria só por ser diferente que este Rascal does not Dream of Bunny Girl Senpai ganharia o meu título de anime do ano. O que eleva mesmo esta série acima das outras é a força da caracterização. O elenco é curto mas (quase) todas as personagens têm amplo tempo para crescer e mostrar o que valem.

Esta é uma série que comecei a ver porque procurava algo “seguro” mas que acabei porque estava genuinamente interessado nos personagens e nos seus relacionamentos e por isso leva o cobiçado* troféu de Anime do Ano NonsenseBB 2018.

*não é de todo cobiçado e qualquer indicação em contrário é apenas um devaneio do autor.

Menções Honrosas

E com a lista principal tratada restam apenas as séries que não conseguiram ficar no topo mas que, por alguma razão, eu acho que devem ser mencionadas também. 2018 em particular foi um ano forte e esta lista é portanto mais extensa até do que eu imaginava quando comecei a preparar esta lista. Diria até que é provável que gostem mais destas séries do que daquelas que eu escolhi para o top 5.

B: The Beginning

B: The Beginning Poster

Em 2018 o Netflix esteve em alta nas suas produções originais e para além do já mencionado Violet Evergarden fomos prendados também com este B: The Beginning.

Das mãos do experiente estudio Productions I.G. vem este thriller original com toques de sobrenatural. A apresentação é fantástica, o ritmo é apropriado (uma raridade nos tempos que correm) e a banda sonora é genuinamente digna de menção com a música dos créditos a cargo de Marty Friedman, guitarrista de Megadeath, que ainda hoje faz parte da minha playlist. [link]

Genuinamente gostei muito da série mas fiquei desapontado quando a meio da temporada se tornou óbvio que o enredo era mais sobrenatural do que o thriller que parecia no início. Inicialmente o foco parecia ser a perseguição de um serial killer misterioso mas rapidamente se torna óbvio que afinal o foco vai (mais uma vez) ser na conspiração que envolve os seres sobrenaturais da série e a guerra entre eles.

Mesmo assim tem boas reviravoltas e nunca perde completamente o seu foco (seria demasiado fácil uma série destas entrar em batalhas sobrenaturais e esquecer as suas raízes de thriller). Recomendado se estiverem à procura de algo diferente, em particular se forem fãs de séries do género Cowboy Bebop e do seu tom mais calmo e menos bombástico.

B: The Beginning está disponível no Netflix. Podem ver o trailer no YouTube.

Full Metal Panic! Invisible Victory

Full Metal Panic! Invisible Victory Poster

A primeira temporada desta série, com o CGI 3D questionável do inicio dos anos 2000, foi uma das séries que me viciou em anime. A segunda temporada a cargo de Kyoto Animation deixou-me (na altura) de queixo caído e, em comum a ambas, a escrita de Gatoh Shoji deixou-me fã do autor.

Full Metal Panic! (FMP) é o blockbuster pipoca de hollywood em versão anime com robots gigantes, espiões, sociedades secretas e um enredo de implicações crescentemente globais. O seu spin-off de comédia (Fumoffu) foi durante anos um dos títulos mais populares que passaram pelas mãos da Kyoto Animation.

Mas mesmo com isto tudo, FMP é daquelas séries que teve azar. No fim da sua segunda temporada não foi possível continuar com a adaptação e apenas 13 anos depois (!) obtivémos este Invisible Victory que infelizmente não foi a sequela ideal. Problemas de produção causaram alguma animação de qualidade dúbia e a história ficou novamente inacabada.

A série também já não é lá muito recente com o ultimo capitulo dos livros a ser publicado no japão em 2010 e a tradução a ter ficado incompleta quando a Tokyopop faliu. Felizmente o J-Novel Club resgatou a licença recentemente e tem vindo a re-traduzir os livros.

Esta temporada não foi nada mais do que um milagre e fruto de muito trabalho de muita gente que lutou por conseguir mais uma tentativa. É pouco provável que uma quarta temporada exista mas ainda há 3 anos atrás eu diria o mesmo sobre este Invisible Victory e a verdade é que, mal ou bem, ele existe.

Resta-me apenas tentar apelar para que procurem esta série e a vejam se possível. Ou pelo menos vão buscar Fumoffu que é uma excelente comédia ainda hoje feita pelas mãos da Kyoto Animation.

Revue Starlight

Revue Starlight Poster

Uma Revue em português seria traduzido como uma peça de teatro de revista mas não deixem que essa conotação vos afaste desta série pois apesar de se passar num palco não vamos ver varinas a dançar.

Revue Starlight leva-nos a conhecer um grupo de raparigas que são convidadas a participar na titular Revue com a promessa de que a vencedora terá o seu sonho realizado. Nas Revues, entre dança e canto, elas vão lutar entre elas e colocar as suas relações pessoais em risco para serem cabeças de cartaz e atingirem o topo.

Esta série é mais um exemplo no género popularizado por Madoka Magica onde uma espécie de negócio faustiano é oferecido a um grupo de raparigas que se vêm arrastadas para uma batalha sem compreender correctamente as consequências. Porém este Revue Starlight nunca cede totalmente ao desespero e o final não é de todo tão deprimente como o já mencionado Madoka Magica ou séries como Yuuki Yuuna ou Magical Girl Rising Project.

Bem mais optimista do que o normal e com um excelente sentido de estilo, Revue Starlight é uma proposta interessante para quem estiver à procura de algo para ver e tenha interesse nestas histórias faustianas.

Steins;Gate 0 Poster

Revue Starlight está disponível no HiDive.

Por fim resta-me apenas mencionar Steins;Gate 0, a sequela ao brilhante Steins;Gate que coloca a questão “E se Okabe Rintarou não tivesse tive a coragem para salvar Makise Kurisu no final do original?”. Não atinge o impacto do original mas é essencial para os fans.

E também SSSS.Gridman, um excelente trabalho do estúdio Trigger (Kill la Kill, Little Witch Academia) a criar uma história original no universo Gridman, uma das séries tokusatsu (Giant Hero) clássicas no Japão. O resultado é uma história interessante que me fez lembrar de coisas tão díspares como The Matrix ou o velhinho desenho animado Reboot. É possivelmente das séries mais interessantes do ano.

E foram estas as minhas escolhas. O que é que acharam? Digam-me qualquer coisa via Twitter ou Facebook e vemos-nos no próximo artigo.