O meu top de anime 2018

Depois de quase 8 anos sem escrever é normal que me tenham passado pela frente um número bastante elevado de animes e como tal decidi voltar ao ano de 2018 e escolher 5 séries ou filmes que acho merecem o meu destaque.

Estas não são necessariamente as melhores escolhas do ano mas são aquelas que eu gostei mais de ver. Obviamente que não tenho a capacidade de ver tudo portanto haverão sempre falhas nas minhas listas mas espero que, ao escrever por aqui, consiga abrir um pouco os horizontes dos meus leitores.

Com a ressalva feita e sem mais demoras vamos à lista!

Fairy Tail Poster

5. Fairy Tail (2018)

Já tinha aqui falado deste Shounen nos idos de 2010 quando a série começou e como em 2018 atingiu o seu final achei que merecia aqui uma pequena menção. Se Fairy Tail é perfeito? Não, de todo. Os últimos arcos perderam um pouco o fulgor e o tom que marcava a diferença da série com um Naruto ou um One Piece e tornou-se transparente que o autor tinha atingido um ponto em que precisava de acabar a histórias mas faltava vontade e/ou imaginação para capitalizar nos muitos pontos que foram sendo criados ao longo dos muitos anos de serialização.

A adaptação televisiva, que conseguiu surpreendentemente adaptar a totalidade da manga mesmo depois do término desta última, não foi perfeita e tem diversos pontos onde pode ser facilmente criticada: desde os círculos de magia num 3D ranhoso da primeira temporada que foram felizmente esquecidos rapidamente até às batalhas com animação mais simplista para poupar tempo/dinheiro na produção há certamente muito para criticar aqui mas Fairy Tail foi durante quase toda a sua emissão uma fonte de positivismo em contraste com o cinismo de um Naruto Shippuuden por exemplo.

Fairy Tail era o aluno médio da turma que estava competentemente na sala a seguir o seu rumo sem nunca brilhar muito mas também evitando desapontar. O final não foi fantástico mas a viagem para lá chegar foi uma companhia agradável a cada fim de semana. É o tipo de série onde ninguém é realmente mau, o tipo de série onde os bons ganham sobre os maus e nunca nada é irreparável. É claramente um desenho animado de domingo de manhã e por isso fica aqui em 5º da lista para ninguém se esquecer da série.

Violet Evergarden Poster

4. Violet Evergarden

Não faço segredo que tenho uma apreciação especial pelo estúdio Kyoto Animation. Desde o trabalho brilhante deles na segunda temporada de Full Metal Panic que fez o estúdio jurar nunca mais animar mecha (true story) até aos picos emocionais de Clannad ou Kanon, sem esquecer adaptações mega populares de títulos como Lucky Star, Haruhi ou K-On, este pequeno estúdio da antiga capital japonesa é reconhecido pela sua atenção ao detalhe e dedicação à animação.

Foi com uma dor enorme na alma que vi as imagens que nos chegaram no verão de 2019 do incêndio na sede da companhia, especialmente quando fazia menos de 1 ano desde que eu tinha passado naquele exacto local a fazer a minha “peregrinação” à loja do estúdio durante a minha viagem à terra do sol nascente. Quero acreditar que o estúdio vai recuperar e voltar mais forte que nunca mas o caminho será certamente árduo já que se perderam muitas vidas que faziam parte da alma da companhia.

No entanto, e quanto esperamos, posso apontar os meus leitores para o Netflix e para a série que a Kyoto Animation foi comissionada para fazer para o serviço.

Violet Evergarden é a história de uma rapariga que procura aprender a ser mais do que uma arma num mundo acabado de sair de uma guerra mundial. Com uma estética que é um misto de europa do pós primeira guerra com traços de steampunk (como as mãos mecânicas da personagem titular Violet) temos uma experiência visualmente impressionante que merece ser vista nem que seja apenas pelos seus méritos técnicos.

Violet é, como já mencionei antes, uma rapariga que nunca conheceu uma família e que foi educada pelo exército para ser uma arma no campo de batalha. Com o fim da guerra ela vê-se “livre” do seu serviço no exército e acaba a trabalhar como “Auto Memory Doll”, o nome dado no universo da série para uma dactilógrafa que ajuda outros a escrever o que sentem. As dificuldades de uma pessoa que cresceu com os seus sentimentos suprimidos a ver-se forçada a desenvolver empatia e fazer disso a sua carreira são o foco do enredo.

Esse enredo desenrola-se a ritmo um pouco lento com a grande generalidade dos episódios a apresentarem-nos pequenas histórias do mundo como forma de lentamente fazer Violet crescer e aprender a ter empatia. A série situa-se portanto no género Slice of Life ao lado de séries como Aria ou Hidamari Sketch mas com um tom mais dramático do que essas.

Não é para todos mas é visualmente impressionante e o impacto dramático da história é grande para aqueles que se conseguirem absorver nos personagens. Alguns episódios em particular são, a meu ver, absolutamente brilhantes como é o caso do 10º episódio da temporada que é bem capaz de derreter os mais frios corações.

Violet Evergarden não é a minha obra favorita do estúdio (essa honra vai para Hyouka) nem a mais popular mas é uma séria candidata para a mais visualmente impressionante e sendo um exclusivo Netflix com apenas 13 episódios (+ 1 OVA) acessível em quase todo o mundo não há boa desculpa para não lhe dar uma vista de olhos.

Violet Evergarden está disponivel no Netflix.

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