Anime Report – Inverno 2012

Last Exile: Fam, The Silver Wing

Last Exile: Fam, The Silver Wing

Last Exile: Fam, The Silver Wing

Estes últimos 6 meses marcaram também o regresso da Gonzo ao pequeno ecrã depois do susto que foi a falência da empresa e, para o fazer em força, decidiram ir buscar aquela que foi a sua mais popular obra original: Last Exile.

Eu não só segui atentamente esta série como ao mesmo tempo revi, lado a lado, a série original e foi uma experiência curiosa verificar alguns engenhos do enredo serem utilizados praticamente ao mesmo tempo em ambas as temporadas. Infelizmente as semelhanças acabam sensivelmente a meio da temporada numa altura em que Fam mostra um pouco de falta de desenvolvimento do seu enredo.

A série original não é perfeita e tem os seus problemas, em particular no que toca ao andamento da historia que começa agradavelmente lenta e demora tempo a mais a entrar no cerne do argumento fazendo com que o fim seja um pouco apressado. Fam comete exactamente o mesmo erro e piora-o não só com um praticamente desnecessário episódio dedicado à já cliché ida ás termas como também com a existência de dois episódios a recapitular primeiro os eventos dos primeiros episódios da série e depois os eventos da série original. Isto até nem seria dramático se a série não tivesse um numero total de 23 episódios, menos 3 que a sua antecessora.

O resultado final foram pontos do enredo por explorar, uma personagem principal que peca por apenas ver desenvolvimento real nos últimos 20 minutos da série e um conflito que acaba repentinamente sem as motivações ficarem muito bem explicadas. Podia também criticar a introdução desnecessária de várias do original que vêm a esta sequela praticamente só piscar o olho aos fãs do original mas antes isso do que uma situação estilo Gundam SEED Destiny em que as personagens antigas roubam a série a meio da temporada descarrilando totalmente o já fraco enredo.

No fim Fam não é uma grande série mas pessoalmente acho que merece ser vista pelos fãs do original. Os seus 21 episódios efectivos acabam por condenar a historia a um final atabalhoado e desapontante mas os designs das naves e o aspecto deslumbrante das mesmas no mundo colorido da série são uma pequena forma de matar as saudades aos fãs do original. Não ficará certamente para a historia mas pelo menos foi minimamente competente e eu não consigo deixar de perdoar as suas falhas.

Persona 4

Persona 4

Persona 4

Esta ultima temporada viu também a adaptação televisiva do RPG da PS2 da Atlus: Persona 4.

Eu tive o prazer de jogar o jogo sensivelmente ao mesmo tempo que via a série e devo dizer que, apesar da série não ser nem de longe perfeita, é sem sombra de duvidas uma adaptação competente. As mecânicas de combate foram obviamente postas de lado para permitir a adaptação permitindo condensar o extenso enredo nos 24 episódios da temporada. De fora ficam também alguns bosses opcionais e o verdadeiro final da série mas parece que isso está prometido para a edição em BluRay portanto não é justo criticar a série por isso.

Tirando algumas pequenas alterações e cortes não há muito a assinalar com a série a ser basicamente uma adaptação chapa cinco se bem que vale a pena mencionar o autentico gigolo, boss, «inserir adjectivo aqui» que se tornou o anteriormente mudo personagem principal da saga.

A musica é toda ela reutilizada do jogo com a excepção das musicas da entrada e créditos e as vozes são também elas as mesmas que deram a voz à edição japonesa do jogo com nomes sonantes como Horie Yui (Hanekawa Tsubasa – Bake/Nisemonogatari, Kushieda Minori – Toradora!, etc), Kugimiya Rie (Alphonse Elric – Fullmetal Alchemist, Aisaka Taiga – Toradora!, etc) ou Paku Romi (Edward Elric – Fullmetal Alchemist, Teresa – Claymore, etc) sem nunca esquecer a brilhante actuação de Yamaguchi Kappei (L – Death Note) como Kuma a completar o excelente elenco.

A animação e arte não são no entanto nada de muito marcante ficando o trabalho da AIC exactamente no reino do aceitável mas é mais do que suficiente para desfrutar da série, especialmente para quem jogou o jogo (que já agora recomendo vivamente para quem gosta de jRPG).

Amagami SS+

Amagami SS+

Amagami SS Plus

Inspirem fundo que ainda há mais: Amagami SS está de volta com este Plus a dar-nos mais 2 episódios por heroína.

Vou ser muito breve mesmo neste para não maçar. A maioria dos arcos são interessantes e oferecem mais do que ofereceu a primeira temporada sem tirar nem por. Existem arcos que eram fulcrais como é o caso do arco de Sakurai Rihoko que finalmente recebe o final feliz que os fãs tanto desejaram na primeira temporada e o pobre Umehara Masayoshi faz mais por merecer acabar com uma miúda em metade destes 12 episódios do que o personagem principal, seu amigo, fez durante grande parte das duas temporadas. É o que se pode chamar um verdadeiro bro.

Resumindo: se gostaram da primeira vão adorar ver esta, se não gostaram não vai mudar a vossa opinião. Vamos ao próximo!

Another

Another

Another

Como é óbvio tinha de deixar algo de bom para o fim e este Another é sem sombra de duvidas muito bom.

Pelas mãos da P.A. Works temos um belo de um thriller que me deixou semana após semana arrepiado em particular com a brilhante colocação da banda sonora (ou falta dela) e com o clima constante de tensão que a série deixa no ar. Não se deixem enganar pelo aspecto quiçá demasiado doces das personagens: Another é uma historia que não acaba bem e isso sente-se no ar episódio após episódio, inclusive no obrigatório episódio de ida à praia dos personagens principais.

A historia situa-se na pequena cidade Japonesa de Yomiyama para onde o nosso personagem principal se muda nos idos de 1998. Esta cidade possui um segredo: a turma em que Sakakibara Kouichi, o personagem principal, entra está assombrada e de tempos a tempos surge um aluno a mais que causa mortes misteriosas aos colegas e familiares próximos. O pior é que ninguém sabe quem é o extra pois as memorias são alteradas pelo fenómeno. Fenómeno esse que está novamente a acontecer.

Another só peca mesmo por um final que se revela completamente contra todo o ambiente que veio a criar nos episódios anterior. No final dá-se uma mudança brusca que transfere a série do reino dos thrillers praticamente até ao reino do gore que acaba por estragar um pouco algo que até aí prometia tornar-se num clássico. No entanto se gostam do género não deixa de ser altamente recomendado.

Mirai Nikki

Mirai Nikki

Mirai Nikki

Por fim resta só mesmo mencionar Mirai Nikki, a adaptação da Asread da manga do mesmo nome que nos deu 26 episódios de acção pipoca que entreteve e de que maneira.

Mirai Nikki não é genial mas é bastante bom. É daquelas séries que certamente poucos irão guardar na memoria daqui a uns anos mas que no momento foi uma montanha russa de acção que serviu para desligar o cérebro e sair entretido no fim dos seus 23 minutos.

O enredo de Mirai Nikki (Diário do Futuro) conta-nos a historia de Yukiteru, um miúdo introvertido bla bla bla que um dia descobre que o seu “amigo imaginário”, deus ex machina (não estou a brincar), é afinal verdadeiro e o deus do tempo e do espaço. Deus está prestes a morrer mas antes disso decidiu dar a algumas pessoas a capacidade de preverem o futuro nos seus telemóveis e Yukiteru é a primeira dessas pessoas. As regras do jogo são simples: o ultimo dos donos dos diários a ficar vivo torna-se o novo deus. É matar ou morrer e Yukiteru, o estereotipico miúdo inútil e irritante, vai ter de fazer e trair alianças para sobreviver.

A animação é competente, a musica também fora uma ou outra faixa que se realçam, e o enredo está nas sete quintas quando o ritmo é frenético e não deixa o telespectador pensar nos buracos que vai deixando pelo caminho.

Como eu disse antes: não é genial mas é bastante bom. É um filme pipoca, um blockbuster de verão em formato tv e é bom naquilo que faz: entreter.

 

E está finalmente tudo dito. Estas duas temporadas acabaram por me atirar muito para cima e esta entrada assim o comprova mas grão a grão viu-se tudo e fez-se esta analise.

Acham que me passou alguma coisa ao lado? Se sim digam de vossa justiça que eu agora vou ver se descanso os pulsos.