Anime Preview – Primavera 2012

Mais uma vez chegou aquela altura do ano em que dou uma vista de olhos naquilo que os estúdios de animação das terras do sol nascente têm preparado para os próximos meses e mando uns bitaites para o ar sobre o que faço intenções de ver. É uma tradição milenar aqui do NonsenseBB cujas raízes arcam já à muy distante data do décimo dia do sétimo mês do ano de dois mil e dez do calendário gregoriano.

Mais uma vez espera-nos uma temporada recheada de coisas que muito parecem prometer apesar que desta vez estou pessoalmente muito mais pessimista no que toca ao resultado final. Mas vamos então ás séries propriamente ditas.

Sakamichi no Apollon

Sakamichi no Apollon

Sakamichi no Apollon

Comecemos por aquela que promete ser a principal bomba desta temporada: Sakamichi no Apollon apresenta-se como uma historia situada nos anos 60 sobre o crescer de um aluno de secundaria que está constantemente a mudar de residência. Com muito Jazz à mistura e uma premissa que habitualmente não me faria ponderar seguir a série Sakamichi no Apollon é uma série a ter em conta pelo simples facto de marcar o regresso de Shinichirou Watanabe à realização ao mesmo tempo que Yokko Kanno fica encarregue do lado musical da equação.

Para quem não faz ideia de quem são estes dois nomes vale a pena mencionar que duas das ultimas vezes que estes dois nomes sonantes da industria se juntaram os resultados foram séries como Macross Plus ou o muito aclamado Cowboy Bebop. Com um historial destes não há como não ficar entusiasmado e no que me toca só espero não sair desapontado.

 

Hyouka

E já que falamos em hype vamos ao segundo candidato a titulo de série com o mais elevado hype da temporada: Hyouka é a mais recente série do inigualável estúdio Kyoto Animation (Clannad, Haruhi). O famoso estúdio de animação está de volta depois do flop que foi Nichijou com a adaptação de uma série de light novels sobre “mistérios do dia a dia”.

Com um guião está a cargo de Gatou Shouji (Full Metal Panic!), a dupla de vozes que fez de Tomoya e Sunohara em Clannad de volta para papeis praticamente idênticos e um trailer que demonstra uma qualidade de animação que faz novamente inveja a muitos filmes há pelo menos qualquer coisa aqui para me deixa no mínimo curioso mas tudo indica que esta série pode confirmar que o mito de que tudo em que a KyoAni toca se transforma em ouro está morto e enterrado.

Medaka Box

Medaka Box

Medaka Box

Nisio Isin está de volta com mais uma da suas obras adaptadas ao pequeno ecrã. Desta feita é a manga de que é autor na Shounen Jump e que conta a historia de uma rapariga, Kurokami Medaka, que é em tudo perfeita e que decide concorrer a presidente da associação de estudantes. Na eleição ela promete responder a todos os pedidos que coloquem na sua caixa de sugestões enquanto o seu amigo de infância e personagem principal, Hitoyoshi Zenkichi, é arrastado para o meio desta confusão.

Apesar da adaptação televisiva estar a cargo de um estúdio que dispensa apresentações, a Gainax, é preciso ter em atenção que nos últimos anos tem existido um êxodo de talento da companhia que significa que a Gainax de hoje não é a mesma Gainax que ainda há sensivelmente 2 anos nos brindou com o irreverente Panty & Stocking with Garterbelt. Alia-se a esse facto uma historia que, apesar de todo o brilhantismo de Nisio, é amplamente considerada como tendo um inicio fraco que leva demasiado tempo a ser ultrapassado e temos a receita para uma série que carece de um pouco de sal no seu consumo. O problema não é tanto que a adaptação possa falhar mas sim que a adaptação falhe matando as hipóteses de se vir a adaptar no futuro as partes mais interessantes da manga. Mas tudo isto são apenas receios e por agora resta-nos apenas esperar para ver como é que a Gainax descalça esta bota.

Eureka Seven: Astral Ocean

Eureka Seven AO

Eureka Seven: Astral Ocean

Falando em receios aqui temos mais um: a Bones está de volta à carga com uma sequela aquela que é uma das suas mais aclamadas séries. Eureka Seven: Astral Ocean é a sequela à aclamada serie de 2005 e parece colocar como protagonista o filho dos dois protagonistas da série original. Isto não seria grande problema não fosse o final da série original colocar praticamente de lado a possibilidade dos dois protagonistas alguma vez conseguirem tal proeza sem utilizar um qualquer deus ex machina ou reescrever o final da série original. Como se isso não bastasse a série diz que se vai situar em Okinawa num futuro próximo, algo que entra em conflito com o posicionamento temporal da série original que se situava num futuro longínquo num planeta que pouco se assemelhava à terra actual.

Com tudo isto é normal estar apreensivo e ver esta sequela como uma forma de explorar um nome popular para fazer dinheiro mas como sempre darei o beneficio da dúvida e tentarei ser espectador desta nova série da Bones. É que com todos os defeitos as séries deste estúdio têm sido pelo menos quase sempre interessantes (fora excepções como No. 6, a primeira série que abandonei a meio em anos).

Jormungand

Jormungand

Fate/Zero, Zetman, Jormungand e Ozuma

É importante mencionar também que Fate/Zero está de volta com a segunda metade dos seus 12 episódios a ser transmitida nesta temporada primaveril. Desfrutei bastante da primeira metade e espero ansiosamente pela conclusão desta adaptação televisiva da Ufotable da historia de Urobuchi Gen no universo de Fate.

No campo da séries menos sonantes que estou a planear dar uma vista de olhos temos como cabeça de cartaz Zetman pela TMS Entertainment que parece possuir um estilo mais escuro e adulto infelizmente incomum nos dias de hoje, Jormungand pelas mãos da White Fox e com uma premissa aparentemente interessante e por fim Ozuma que à primeira vista parece ser um perfeito exemplar de ficção cientifica clássica e cujos parcos 6 episódios fazem com que dar uma vista de olhos não ocupe muito do meu tempo.

Quanto ao que vem da temporada anterior tenho ainda Moretsu Pirates e Gundam AGE para além dos Shounen habituais: Naruto Shippuuden, Fairy Tail e Hunter x Hunter. Bleach por outro lado parece estar prestes a terminar e Rinne no Lagrange optou por dividir a sua temporada a meio à semelhança de Fate/Zero reduzindo ainda mais o numero de séries que transitam de uma temporada para outra.

Esta temporada que se avizinha promete ter muitas séries dignas de uma vista de olhos mas poucas que me deixam confiante de vir a ser efectivamente interessantes. Só espero que a tradição se mantenha e as minhas previsões se tornem a verificar erradas.