Playstation NGP

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Depois de anos de rumores e especulação, depois de inúmeros descuidos por parte das mais variadas pessoas ligadas á Sony que indicavam a sua existência, a sucessora da venerável primeira tentativa da Sony no mercado das consolas de videojogos portateis está finalmente anunciada com o nome de código Playstation: Next Generation Portable.

Conseguira a Sony desta vez dar luta á eterna dominância da Nintendo no mercado? Será que a pirataria vai colocar a maquina em cheque novamente como aconteceu na primeira iteração? E será que desta vez vamos ver mais do que ports da PS3 para a maquina durante os primeiros anos de vida da consola contrariamente ao que se sucedeu na PSP?

A nova maquina da Sony procura fazer o mercado esquecer a má imagem deixada pela pirataria que assolou a sua pobre antecessora com um novo formato proprietário para os jogos em detrimento dos mal-amados UMDs. O novo formato consiste em pequenos cartões com memoria flash (num formato novo que não os Memory Stick existentes até agora) onde para além dos dados do jogo vai existir também memoria suficiente para jogos gravados e conteúdo adicional disponível na Playstation Store.

Quanto ao sistema em si promete ser pura e simplesmente uma bomba: um CPU Quad-Core ARM Cortex A9 e o GPU PowerVR SGX5 43MP4+ da Imagination Technologies também ele quad-core e com capacidade mais do que suficiente para alimentar o monitor OLED de 5 polegadas e 960 x 544px de resolução que se apresenta na frente da consola munido de um touchscreen capacitivo. Mas já que falamos em touchscreen a NGP tem outro factor de diferenciação no seu arsenal: um touchscreen capacitivo também ele de 5 polegadas na sua traseira que deve permitir novos tipos de jogabilidade no mínimo curiosos.

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Mas as capacidades de cultivar cobiça em qualquer geek não se ficam por aqui: uma câmara na frente do sistema e outra na sua traseira, dois analógicos reais em vez do que se pode encontrar na actual PSP, sensores de movimentos idênticos aos existentes no SixAxis e Move, microfone e colunas stereo, GPS, Wifi b/g/n, Bluetooth 2.1+EDR e até um modelo com conectividade 3G completam as capacidades novamente avassaladoras da aposta da Sony.

A gerir todo este hardware está um novo sistema operativo de nome LiveArea e que, ao contrario do Xross Media Bar actual, promete acesso à lista de amigos, troféus e tudo o mais que se esperaria de uma autêntica PS3 de bolso. E tudo isto condensado num espaço de 182.0 x 18.6 x 83.5mm praticamente idêntico à PSP actual e os seus 169.0 x 19.0 x 71.0mm.

Mas deixando de lado os números e o geekgasm colectivo que se vive pela internet fora vamos ás minhas opiniões e duvidas.

A primeira e mais importante questão a abordar é a sempre sensível questão do preço. Com tanto hardware, com representantes da Sony a dizerem que aprenderam a lição e que querem ver o hardware a ver lucrativamente e com a Nintendo 3DS já com um preço anunciado de 250€ (e com substancialmente menos tecnologia debaixo do capot) é facil prever que o preço desta maquina pode facilmente ascender a valores superiores aos 400€ porém a minha opinião é que custará algures entre 300 e 380€ com a minha aposta a ficar nos 349.99€. 100€ acima do valor da 3DS é o tecto máximo absoluto a que a Sony pode vender a sua nova maquina e ainda assim convencer os compradores a escolherem-na em vez da concorrência e mesmo esse valor é arriscado quando nos apercebemos que a PS3 mais barata está neste momento a 289,90€ na maioria dos retalhistas.

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Mas nem só do preço do hardware vive um sistema, o preço dos seus jogos é um factor igualmente ou até mais importante do que o custo de entrada e com a capacidade gráfica da consola vai ser certamente elevada a tentação das editoras de cobrarem 50 ou 60€ pelos jogos à semelhança dos preços nas consolas caseiras. Se a 3DS já é criticada pelos preços anunciados de 40/50€ para os jogos escolher preços superiores para os jogos da NGP seria a machada final num sistema promissor mas que a meu ver pode muito facilmente seguir os passos da sua irmã mais velha e ceder sobre o peso da sua própria tecnologia.

Outra questão preocupante é a total ausência de informações sobre a memoria interna do sistema e dos cartões suportados para expandir a sua capacidade. A Sony tem uma tradição preocupante de se agarrar a formatos proprietários sempre que possível sendo exemplos disso os Memory Stick PRO DUO da primeira PSP e os Memory Stick M2 da PSP Go e infelizmente as poucas declarações acerca do tema por parte de responsáveis da empresa parecem apontar para ainda OUTRO novo formato para a expansão de memoria o que, a confirmar-se, seria das jogadas provavelmente mais loucas dos últimos tempos da companhia a par com o preço de lançamento da já mencionada PSP Go.

No fundo a Sony tem nas suas mãos uma das mais promissoras consolas dos ultimos tempos com uma capacidade gráfica invejável (conforme comprovado pela demonstração dada por Hideo Kojima do Metal Gear Solid 4 a correr na maquina a 20fps entre outras) e funcionalidades suficientes para fazer o iPhone 4 e a Nintendo 3DS irem chorar para os braços da mãezinha mas tudo dependerá dos preços e dos jogos lançados para o sistema durante o primeiro ano.

Com a Sony a apontar para um lançamento na época natalícia de 2011 (mas com sérias possibilidades de ser mais tarde) ainda resta bastante tempo para sabermos finalmente se a aposta da Sony vai ser ou não vencedora. Quanto a mim vou aproveitar bem os próximos dois anos para queimar os últimos cartuxos das minhas PSPs que apesar de todos os problemas possui ainda assim um leque substancial de jogos capaz de fazer muitas consolas caseiras roer-se de inveja e acima de tudo esperar pela v2 desta maquina como faço habitualmente com todas as consolas.

E vocês? O que acham da NGP?