Metal Gear Solid: Peace Walker

Entra numa experiência de acção táctica de espionagem completamente nova, apenas para a PSP!

  • Prepara-te para um tour de force audiovisual que apresenta uma acção de jogo incrível e um argumento emocionante com o Solid Snake como estrela
  • Um experiência completamete nova do Metal Gear Solid produzida por Hideo Kojima, o criador da série de sucesso Metal Gear para a PlayStation
  • Desenvolvido pela mesma equipa que esteve por trás do Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots para a PlayStation 3

Bombas nucleares, robots gigantes, caixas de cartão e muita acção são apenas alguns dos argumentos deste Metal Gear Solid: Peace Walker para a Playstation Portable, o quinto episódio da série desde que chegou ás maquinas da Sony e na minha opinião uma das melhores iterações da saga.

Historia

Metal Gear Solid: Peace Walker - Big Boss

Big Boss

Em Peace Walker seguimos a historia de Naked Snake, um herói da guerra fria apelidado como Big Boss e que se encontra agora na Colúmbia junto com um pequeno grupo de soldados numa organização chamada Militaires Sans Frontiers. A historia começa quando um professor de uma universidade da Costa Rica chamado Ramon Galvez Mena, acompanhado da sua estudante Paz Ortega Andrade, é apresentado a Snake pelo subcomandante da MSF, Kazuhira Miller, com um pedido de ajuda a essa organização.

Uma vez que a Costa Rica não possui qualquer exercito conforme descrito na sua constituição Galvez, em nome do governo do país, pede à MSF que lide com um grupo armado que se tem movimentado dentro das suas fronteiras no ultimo ano. Está assim lançado o pano de fundo para mais uma historia de espionagem, contra-espionagem e acção furtiva que vai levar o Naked Snake a confrontar-se com questões não resolvidas do seu passado nesta sequela directa ao anterior Portable Ops que por sua vez era sequela da 3ª iteração da saga Metal Gear Solid na PS2.

Metal Gear Solid: Peace Walker - Galvez

Galvez

A historia segue as linhas habituais da saga com os já tradicionais agentes duplos e um dos famosos Metal Gears que dão o nome ao jogo a surgir mais para o fim da historia. A historia essa situa-se exactamente a seguir ao fim da do Portable Ops e imediatamente antes do original Metal Gear para a NES dando-nos a conhecer o como da criação de Outer Haven e parte das razões por trás desse acontecimento. Os fãs da 3º iteração da saga Metal Gear Solid ficaram contentes em saber que a personagem mais marcante desse jogo, a carismática Boss, é um dos focos do enredo com o Naked Snake a se ver forcado a lidar com os acontecimentos que ocorrem no fim desse jogo durante as mais de 20 horas de jogo das quais uma boa parte é ocupada pelas já famosas cutscenes. Cutscenes essas que voltam a estar a cargo do artista Ashley Wood à semelhança do que se passou na Digital Graphic Novel e no Portable Ops, ao contrario destes no entanto todas as cutscenes do jogo estão totalmente dobradas com David Hayter e afins a voltarem aos seus papeis.

Jogabilidade

Em termos de jogabilidade muito mudou em relação à anterior iteração na portátil da Sony com bastantes melhorias quer ao nível dos controlos quer ao nível da organização dos menus e do próprio evoluir da enredo.

Metal Gear Solid: Peace Walker - Equipa

Equipa

Apesar da historia ser linear e nos mostrar uma sequência de eventos sem qualquer interrupção no meio, à semelhança dos outros metal gears nas suas irmãs Playstation 2 e 3, Peace Walker divide o seu enredo em pequenas missões de fácil digestão e que oferecem pontos claros de paragem que se coadunam bastante bem com o formato portátil do aparelho. Este sistema é bastante visivel sempre que surge um boss com a cutscene de ante-visão a terminar sempre com um muito cinemático “to be continued in the next mission…” que não só dá uma excelente oportunidade para descansar antes de partir para uma batalha complicada como também serve de desculpa perfeita para gravar o jogo. Estas pausas são por demais importantes dado que o tradicional codec deixou praticamente de existir por forma à tecla select poder ser usada como interruptor para ligar ou desligar o auto-aim ou para activar as comunicações pre-definidas que são utilizadas quando em jogos online.

O sistema de gestão da equipa está de volta depois de ter sido introduzido no Portable Ops porém desta vez as missões são sempre executadas a solo quando num jogo single-player deixando para trás as equipas do seu antecessor. Para trás fica também a camioneta como local de entrega dos prisioneiros sendo substituída pelo Fulton Recovery System, um pequeno balão que o Snake pode prender aos prisioneiros para estes serem recolhidos por um helicóptero das forças da MSF. Abandonado está parte muita da micro-gestão do jogo anterior deixando de ser agora necessário colocar pessoal directamente em cada localização para obter novas missões ou equipamento bastando apenas destaca-los para as equipas de Pesquisa & Desenvolvimento ou Intel.

O jogo faz um bom trabalho em passar a sensação de que estamos no comando de uma força de mercenários enquanto esta cresce com o nosso sub-comandante Kaz a dar-nos indicações sobre as nossas novas “obrigações” à medida que vão sendo desbloqueadas como é o caso das outer ops: pequenas missões para onde podemos enviar até 8 dos nossos operacionais para obterem mais experiência e mantimentos. As missões opcionais desta feita vão sendo desbloqueadas em pontos da historia com cada novo capitulo a desbloquear uma ou mais destas podendo depois estas ser jogadas com o Snake ou com outro dos operativos da MSF dependo dos requisitos da mesma.

Metal Gear Solid: Peace Walker - Screenshot

Os controlos são brilhantes

Existe também um forte sistema de R&D que permite gastar pontos de pesquisa em novo equipamento cujos planos tenham sido apanhados em missões ou em Outer Ops. Pontos esses que vão sendo re-gerados no final de cada missão com o seu valor a estar dependente do nivel dos operativos na equipa associada.

Apesar de todas as nuances a gestão da equipa nunca incomoda de tão simples que é e os benefícios de fazer as missões opcionais tornam-se grandes ao desbloquearem mais equipamento para ser desenvolvido na base. Equipamento esse que pode bem marcar a diferença ao tentar ultrapassar os bosses do jogo.

No que toca aos controlos perdoem-me a franqueza mas considero-os profundamente brilhantes mesmo que estes façam algumas concessões para dar a volta ás limitações da portátil da Sony. O sistema por defeito usa o analógico da PSP para movimento e os botões do lado direito para controlar a câmara e se bem que isto possa parecer pouco intuitivo á primeira vista basta passar alguns minutos com o jogo para se tornar virtualmente impossível voltar aos controlos das iterações anterior tanto na portátil como na sua irmã mais velha PS2. Os botões L e R da PSP servem então respectivamente para apontar e disparar com as setas para a esquerda e direita a servirem para aceder ao inventário de armas e equipamento respectivamente. A seta para cima serve para efectuar as mais diversas acções mediante o contexto como por exemplo abrir uma porta (um pequeno icon surge no centro do ecrã sempre que tal é possível) e a seta para baixo serve para alternar entre o estado agachado ou de pé.

Porém este sistema obrigou a algumas concessões: deixa de ser possível gatinhar podendo apenas andar agachado e deixa também de ser possível movimentar os corpos dos inimigos caídos o que torna mais complicado o seu esconder depois de os eliminar dificultando por vezes a abordagem mais furtiva aos mapas. O maior foco na acção em detrimento da furtividade é também algo que caracteriza o jogo e que já tinha sido também visível na 4ª iteração da série na PS3, porém o jogo nada perde por isso e continua a ser uma peça fundamental para qualquer fã deste longo enredo tecido por Kojima-san.

Metal Gear Solid: Peace Walker - Screenshot

É possivel capturar veiculos para usar nas Outer Ops

A única mudança no que toca aos controlos em relação aos anteriores episódios da série que me desagradou prende-se com o acesso ao inventário: nos jogos anteriores sempre que se carregava na tecla para ver o inventario (R2 ou L2) o jogo parava para podermos escolher calmamente a arma que queríamos porém no Peace Walker e sem qualquer razão aparente o jogo deixou de pausar sempre que se acede a esses menus tornando alguns dos bosses mais avançados um pouco mais difíceis de ultrapassar. É uma situação um pouco caricata dado que, ao contrario do que se passa no Dualshock das suas irmãs maiores, somos obrigados a alternar entre movimentar o personagem OU escolher uma arma o que nos torna em autênticos alvos sempre que é queremos trocar de arma. Uma pequena nódoa num sistema que de resto consegue ultrapassar de forma brilhante as limitações da portátil.

Gráficos e Som

No campo gráfico Peace Walker continua a provar que a portátil da Sony continua a dar cartas mesmo passados cerca de 5 anos desde o seu lançamento com fantásticos efeitos de luz e de chuva e com os modelos mais do que suficientemente detalhados para serem claramente distinguíveis no pequeno ainda hoje fabuloso ecrã da consola.

No que toca ao som todas cutscenes e conversas de codec estão 100% dobradas com a qualidade dos actores a ser o habitual da série. Destaque também para a enorme quantidade de informação secundaria sobre cada missão que se pode ouvir e que oferece informações preciosas como tacticas para derrotar bosses ou background sobre as personagens ou a localização actual.

Metal Gear Solid: Peace Walker - Paz

Paz

A musica não desaponta não chegando no entanto sequer perto do brilhantismo que foi a banda sonora do Metal Gear Solid 3 por exemplo e nomeadamente do posicionamento da fantástica Snake Eater interpretada por Cynthia Harrell em diversos pontos ao longo do jogo com destaque para a famosa luta final do jogo. Peace Walker não consegue atingir a fasquia elevada colocada pelo seu antecessor com muitos dos bosses a passarem com musicas relativamente genéricas sem nunca invocar fortes sentimentos.

Destaque no entanto para uma parte do jogo em que a musica brilha ao tocar em fundo a musica Heavens Divide (com a não menos brilhante voz de Donna Burke) enquanto o jogador procura derrotar um helicóptero soviético e uns tantos soldados que nos impedem de prosseguir, tudo isto num momento de climax do jogo em que a historia nos coloca sob pressão temporal para salvar o mundo de uma catástrofe ao bom estilo da saga.

Conclusão
Eu joguei este Metal Gear Solid: Peace Walker ao mesmo tempo que terminava o Metal Gear Solid 3 e pouco depois de ter acabado de ler a Digital Graphic Novel, adorei cada momento do jogo e ao joga-lo senti ainda mais a idade que já pesa na 3ª iteração da saga e consequentemente fiquei totalmente rendido ao jogo. A historia não é tão extensa ou carregada de informação como a 2ª à 4ª iteração porém não deixa de ser uma peça fundamental para perceber melhor a historia e as motivações de Naked Snake bem como colocar um ponto final à sua historia que assim fica completa entre os jogos originais da NES, o 4º capitulo na PS3, o Portable Ops na PSP e o 3º capitulo na PS2.

Os controlos são dos melhores algumas vez vistos na PSP, os gráficos são apenas batidos por jogos como God of War e a historia é fundamental para qualquer fã da série mas perfeitamente acessível a quem não faz ideia o que quer dizer LA-LE-LU-LI-LO pelo que não podia deixar de recomendar o jogo a qualquer possuidor a PSP. Em conjugação com God of War, Valkyria Chronicles 2 e Dissida, Peace Walker prova que a PSP tem jogos fantásticos e que é uma peça essencial no arsenal de qualquer jogador que se preze.

Classificação: 4.6/5 Nonsenses