Guerra das Consolas

Estava eu a ler este artigo no Joystiq quando decidi dar a todo este assunto da nova guerra de consolas o mesmo tratamento que dei ao mercado actual dos pcs.

De acordo com o artigo acima mencionado a PS3 deve vir a vencer a “próxima” guerra de consolas por um factores simples: A marca Playstation. Será que sou o único a ver uma falha brutal nesta teoria e que ainda por cima está confirmada por números em pelo menos duas ocasiões diferentes? Deixem-me então exemplificar:

Prova 1: Nintendo 64

Considerando que estava eu no pico do meu vicio em Mega Drive (Genesis para os nossos amigos do outro lado do atlântico) quando chegou o momento de esta e a sua concorrente directa, a SNES, serem substituídas. Nessa altura saíram duas consolas rapidamente: a Sega Saturn que fracassou devido a dificuldade que os produtores tinham em programar a maquina o que levou á falta de jogos disponíveis e a Sony que entrava no mercado com aquela que tecnicamente era a mais fraca da era 32-bits: a Playstation. A diferença de mais de 1 ano entre o lançamento destas duas consolas e a Nintendo 64 foi um dos principais factores que marcou o “insucesso” da consola do então “grande gigante dos videojogos”.

Durante o tempo que a Playstation teve para arrasar a concorrente da Sega devido ás falhas de marketing e jogos desta ultima a Sony preparou o terreno para aquilo que veio a ser o inicio do declínio do grande N. Outro factor que marcou o “fracasso” da Nintendo 64 foi também a diferença de método de distribuição entre esta e as suas concorrentes. Enquanto as ultimas usavam a maravilhosa “nova” tecnologia dos Compact Discs a maquina de 64-bits continuava a usar os “antiquados” cartuchos que não só eram mais limitados em espaço como também eram muitíssimo mais caros de produzir o que eventualmente levou á fuga da grande maioria dos jogos para a consola da Sony.

O que vendeu mesmo a PlayStation neste época? Os jogos que as suas concorrentes falharam em obter pura e simplesmente. O preço da Playstation que foi sempre mais barata do que as suas concorrentes aquando dos seus lançamentos também contribui mas o que eventualmente destronou os dois gigantes dos videojogos foram pura e simplesmente os jogos e daqui também podemos facilmente compreender o fracasso da Dreamcast e da GameCube pois estas consolas sofreram da falta de jogos herdada das suas antecessoras que colocaram os developers de pé atrás no que toca a apostar nas maquinas daquelas empresas.

Prova 2: PlayStation Portable

E agora uma prova bem mais recente: a Playstation Portable. Esta é a prova definitiva que o nome Playstation não está tão forte como se julgava. Tanto na Europa como nos Estados Unidos a consola portátil da Sony tem estado a problemas em conseguir impor-se num mercado que praticamente desde sempre é dominado pelo GameBoy da Nintendo (e agora a sua sucessora, a Nintendo DS) e, choquem-se, mesmo no Japão a consola da Nintendo vende mais do que a sua concorrente numa relação de 4 para 1!!!

Ora se a marca Playstation é assim tão forte não deveria isso verificar-se nas vendas da máquina portátil? Não deveria a PlayStation Portable vender tão bem como a PS2? Partilham o mesmo nome, a mesma máquina publicitária da Sony, os mesmos gráficos até, não deveria a consola portátil vender bem? De acordo com o analista citado no link que indiquei devia mas aparentemente não. E outro factor engraçado é que aqui temos algo inverso ao que se passou na era da N64: aqui os produtores preferem a consola com os cartuchos contra a consola que usa o UMD que, sendo um parente do CD, tem uma capacidade maior… Porque? Terá a ver com o facto dos cartuchos da DS serem meramente memorias flash e o UMD ser um formato proprietário da Sony?

  • Luis Nabais
    2006/10/29 - 00:55
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