Foi-se… Foi-se tudo o que sinto… Foi-se o amor, foi-se a dor, foi-se a paixão, foi-se o ódio… Foi-se tudo o que eu sentia e ficou apenas um vazio escuro, um buraco aberto no meu peito, uma ausência de ser causada por uma ausência de sentimentos…
Uma vida sem sentimentos é vazia, é desprovida de cor, é algo que ninguém quer alguma vez atingir mas eu julgo que o atingi agora… Mal consigo escrever pois não tenho sentimentos para trespassar, não estou atraído por ninguém porque muito sinceramente a ultima vez que o fiz acabei abandonado, triste e lamacento, na grande sarjeta que a vida reserva aqueles que nela não sabem vingar…
Agora levanto-me todos os dias, acordo todas as manhãs e faço o mesmo caminho que há mais de 1 ano me tortura. Mesmo autocarro, mesmas faces, mesma rotina… Um fim diferente… Sim porque no fim da rotina falta algo, falta socializar, falta alguém com quem conviver, falta a companhia física de alguém, falta uma conversa “de café” para ocupar o tempo… faltas tu!
Tu que eu não sei quem és, tu que eu não sei onde estás… Por diversas vezes pensei ter-te encontrado apenas para descobrir que não eram mais do que algumas pessoas com quem passei bons (e maus) bocados…
Agora, no rescaldo de algo que nunca foi e que sinceramente a minha mente soube nunca vir a ser estou vazio… Estou desprovido daquilo que gira o mundo, desprovido de amor… Sei que pode ser um exagero mas dói muito chegar um dia e olhar para todas as pessoas á nossa volta da exacta mesma forma: são todos iguais, não se sente nada especial por ninguém que se vê e simplesmente se sobrevive mais um dia…
Eu já não vivo, eu sobrevivo á vida…