Alone

Sozinho neste quarto fechado olho pela janela para um jardim abandonado… Passam os carros, passam as pessoas, passam as motas e os autocarros e por muito que faça ou diga sinto-me sempre só, sinto-me sempre abandonado sem ti… Sim tu que não sei quem és, tu que não sei onde estás, tu que não sei quando virás nem donde surgirás… Tu, aquela que me dará sentido, aquela que me fará viver, aquela que vai remover a faca á muito espetada no meu coração.

Insisto na incessante busca por algo que dê razão ao meu ser… Não! Por alguém. Alguém que me devolva um sentido, uma razão pela qual sobreviver o dia a dia… Preciso de encontrar-me a mim mesmo para te encontrar a ti mas como? Como procurar aquilo que não procuro, como encontrar aquilo que não desejo… Desejo ter um ombro amigo, alguém para quem voltar quando por fim fugimos de tudo o resto que nos rodeia no dia a dia insuportável…

Viver para alguém, respirar essa pessoa, sentir essa pessoa, partilhar o nosso ser com esse alguém… Sinto falta disto, sinto falta de me sentir realizado, sinto falta… sinto falta… sinto… sinto… ou minto?

Será mesmo que sinto? Será mesmo que ainda resta algo no meu peito que bate o suficiente forte para sentir seja o que for? Ou será que o que restava já morreu e rastejou debilmente para fora do meu peito? Mas se não sinto porque o escrevo? Porque admito aqui que o sinto se não é mais que uma farsa? Porque não o é! Porque sinto falta realmente…

E do que sinto falta? Sinto falta de ser amado…

  • Luis Nabais | 2005/10/15 - 01:32

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