Os velhos textos

Por vezes por muito que procuremos escrever temos sempre a sensação que é fútil repetir algo que aqueles velhos textos já disseram… Palavras não são imagens, têm um limite imposto pelos homens, não podemos meramente inventar uma palavra pois seria vazia e sem significado… Mas no fundo não o são todas? Uma palavra, um texto, uma composição não são nada mais do que a junção de letras numa forma que outros entendem, não podem jamais conter os sentimentos que o escritor procurava expressar na altura.

Escrevo isto hoje porque não estou bem: estou triste, estou deprimido, estou sufocado num mundo vazio onde estupidamente afasto quem tenta entrar e ao reler os meus velhos textos revejo-me de novo numa situação em que não quero estar. Desespero por alguém e começo a sentir que esse alguém nem tão pouco espera por mim e isso dói-me… dói-me muito…

Riam-se, ria-se o mundo do meu infortúnio ou da minha estupidez em ver um negativismo inexistente… Se calhar sou o único culpado da minha vida, se calhar todo o meu mau estar que demonstrei naqueles velhos textos é apenas fruto das minhas mãos ensanguentadas num sangue que não existe em sitio algum tirando a minha mente… Sufoco-me a mim e culpo os demais como qualquer bom ser humano e releio os velhos textos sem sentir forças para fazer os novos…

  • Luis Nabais | 2005/09/14 - 18:32

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