Anime Report – Outono 2011

Se da ultima vez que fiz isto no rescaldo da temporada de verão já disse que estava a fazer a review tarde e a más horas não sei o que diga desta. A verdade é que a vida real interpôs-se e só agora estou a conseguir algum tempo para dedicar aos meus projectos mas isso não significa que esta pequena rubrica tenha ficado esquecida.

Como tinha mencionado há uns tempos nas redes sociais vou adoptar uma política diferente nestes reports a partir de agora: vou esforçar-me para que sejam mais curtos e concisos para os poder completar com um artigo dedicado a cada uma das séries abordadas. Quem corre por gosto não cansa e é fácil demais alongar-me nas séries que mais gostei tornando os artigos demasiado maçudos e deixando-me sem material para os artigos dedicados a séries individuais.

E posto isto vamos aos bonecos!

Un-Go

Un-Go

Un-Go

Começamos pela série que mais me surpreendeu na temporada: Un-Go foi-nos trazida com mestria pelas mãos da Bones e foi com gosto que esperei semana após semana pelos novos episódios da série, em particular na segunda metade quando a historia atinge o seu pico e o enredo global começa a revelar-se cada vez mais ao invés das pequenas historias semanais do inicio.

Em termos de arte e animação não há grandes defeitos a apontar e a sonorização da série também cumpre sem nunca deslumbrar porém o enredo é particularmente interessante e merece pelo menos uma breve vista de olhos. A série peca no entanto por ter uma parte importantíssima da backstory dos personagens principais contada apenas no episódio 0 que não chegou a ser emitido estando relegado a uma exibição em apenas alguns cinemas nipónicos. Resta então esperar pela edição em DVD/Blu-Ray para ver essa falha colmatada.

 
The iDOLM@STER

Nota importante também para The iDOLM@STER, a adaptação televisiva do popular jogo que coloca o jogador no lugar de um produtor de ídolos japoneses na empresa 765-Pro (lido como Namco-Pro num trocadilho com a editora do jogo).

Entrei nesta série à espera de um simples debitar de fanservice dirigido aos adeptos do jogo mas a A-1 Pictures conseguiu dar a voltar e apresentar não só uma série relativamente competente a explorar o dia a dia das ídolos que a licença lhe confere como também até uma boa dose de drama para completar o ramalhete.

The iDOLM@STER

The iDOLM@STER

Com uma equipa recheada de veteranos do meio se calhar foi culpa minha por não ter esperado mais mas a verdade é que fui agradavelmente surpreendido pelo resultado final e pode-se dizer que fiquei altamente tentado em experimentar o jogo (que infelizmente tem uma probabilidade próxima de zero de alguma vez vir a ser exportado).

No campo da arte não há grandes queixas a acrescentar mas já na animação foram notórias as limitações orçamentais, algo mais do que notório no uso de 3D e reciclagem de animações nas já de si pouco frequentes actuações musicais das protagonistas. Já no campo do áudio apenas posso dizer que cumpriu o que se esperava de um jogo focado em cantoras pop japonesas pelo que o desfrutar desse campo da serie dependerá sempre do gosto do espectador pelo género musical em questão.

Working’!!

A segunda temporada de Working! foi uma série que eu antecipava bastante depois da agradável surpresa que a primeira temporada me proporcionou em meados de 2010 no entanto as mudanças em posições tão importantes como o Som e a Direcção. Fiquem no entanto descansados pois as mudanças pouco se fizeram notar e esta segunda temporada é uma digna sucessora do nome que enverga.

Working'!!

Working'!!

Takanashi-kun e demais empregados do restaurante Wagnaria estão de volta para mais aventuras no dia a dia do restaurante e os momentos de comédia voltam a mostrar-se extremamente eficazes. É verdade que a série adoptou tons ligeiramente mais escuros na segunda temporada porém é apenas uma ligeira diferença que depressa passa despercebida. Na realidade a qualidade técnica da adaptação até tende a aumentar nesta segunda temporada.

No entanto o que não passa assim tão despercebido é a falta de um grande fio condutor nesta segunda iteração ao contrario da primeira que alterou ligeiramente a ordem dos eventos do trabalho original para dar um maior foco à relação entre o protagonista e a androfóbica Inami.

Mas mesmo assim e no fim de contas Working´!! não deixa de ser uma das séries mais fortes da temporada mas fica ligeiramente abaixo da sua antecessora. Por mim a série funcionou tão bem que fico ansiosamente à espera de uma terceira temporada.

Tamayura: Hitotose

Se Working’!! cumpriu o que se esperava já Tamayura: Hitotose infelizmente não. Apesar da qualidade dos fundos maioritariamente estáticos esta adaptação ao pequeno ecrã de Tamayura não consegui atingir as expectativas que tinha para ela. O orçamento mostra-se claramente contido e a banda sonora apesar de adequada nunca atinge o brilhantismo exibido por séries como Aria, aquela que é para mim o benchmark do género e também ela fruto da direcção de Satou Jun`ichi.

Tamayura: Hitotose

Tamayura: Hitotose

Podíamos dizer que o parco numero de 13 episódios da temporada não chega para criar uma ligação emocional ás protagonistas mas eu discordo já que a primeira temporada de Aria possui exactamente esse numero de episódios e não deixa de o conseguir. E é mesmo com as personagens que eu tenho mais problemas: a personagem principal é uma rapariga doce e torna-se impossível uma pessoa não deixar de gostar dela porém o mesmo já não pode ser dito de todas as suas companheiras. A personalidade de Okazaki Norie em particular e especialmente o seu constante exagero depressa se tornam mais irritante do que engraçada e as tentativas de colocar a pacata e serena Sakurada Maon num papel de rapariga indecisa nos seus sonhos de futuro não foram, na minha opinião, particularmente bem conseguidas o que prejudica fortemente uma série que se quer suportar apenas nas suas personagens.

Mas o pecado capital e aquele que dita a grande diferença entre Tamayura e Aria para mim é o facto de no ultimo a cidade em si ser a principal personagem ao contrario do que acontece com a primeira. Por muito que eu tenha ficado emocionalmente investido nas historias das raparigas de Aria foi a cidade em si, conforme explorada por Akari-chan em substituição do espectador, que me fez voltar aquele mundo dia após dia. Tamayura tinha tudo para explorar a mesma química mas nunca ou raramente o fez e isso fez com que certas partes da série pudessem facilmente recair em puro aborrecimento.

Tamayura: Hitotose não é uma má série mas podia ser muito mais e como fã do género doí-me chegar a esta conclusão.

Hidamari Sketch X SP

Das mãos da Shaft temos um pequeno conjunto de 2 episódios especiais de Hidamari Sketch para matar as saudades enquanto não é emitida a anunciada quarta temporada.

Não há muito a dizer sobre estes episódios sendo que o segundo está claramente melhor conseguido do que o primeiro que pela primeira vez conseguiu cansar-me durante os seus cerca de 25 minutos do estilo típico do estúdio e do experimentalismo de Shinbou Akiyuki.

No fim de contas é meramente mais Hidamari Sketch com todos os defeitos e qualidades que isso acarreta mas sobre isso falarei mais num futuro artigo dedicado à série em geral.

Carnival Phantasm

Carnival Phantasm

Carnival Phantasm

Por fim falta mencionar Carnival Phantasm, a série comemorativa do 10º aniversario do estúdio Type-Moon executada pelas mãos do estúdio de animação Lerche.

Esta série é pura e simplesmente insana. Não a níveis de Excel Saga mas perto. Carnival Phantasm é apenas indicado a fãs das obras do estúdio em questão pois deixará certamente os outros demasiado desenquadrados de várias das piadas e paródias apresentadas no curto espaço de 14 minutos por episódio mas para aqueles que se incluem nesse grupo é uma obra imperdível.

Começando pelas mortes constantes do Lancer referenciado a sua triste sorte e sempre acompanhadas por referencias ao South Park que culminam numa parodia aos filmes Final Destination até às desventuras de Shirou e Shiki ao tentarem conciliar um encontro simultâneo com todas as heroínas das suas respectivas Visual Novels sem esquecer as muitas parodias à guerra do cálice.

Carnival Phantasm é sem sombra de duvidas essencial aos conhecedores da obra da Type-Moon e como tal eu pessoalmente desfrutei bastante mas tenho perfeita noção que é apontado a um nicho e isso é importante deixar aqui realçado.

 
Feitas as contas até foi uma temporada relativamente positiva mas com Fate/Zero e Horizon parados devido à adopção de um formato split-cour que adiou as respectivas conclusões para a temporada Primaveril de 2012 não há mais para dizer.