Com a preview da temporada seguinte já praticamente fria de tanto tempo estar no prato já é mais do que altura de escrever a minha review da temporada transacta, a temporada primaveril de 2011.

Infelizmente as séries que terminaram no final desta passada primavera são um misto de mediocridade com finais desapontantes que em nada servem para fundamentar este meu gosto pela animação nipónica.

No entanto é preciso deixar a ressalva que é apenas por um mero acaso já que na temporada de primavera surgiram algumas séries muito interessantes que, dado ocuparam dois cours de 11 a 13 episódios, não entram para esta listagem mas sim na de Verão.

E posto isto vamos às opiniões com o já habitual aviso de que podem existir spoilers pelo meio.

Gosick

Gosick decorre em 1924 no pequeno e fictício pais europeu de Saubure. A historia centra-se em Kujou Kazuya, o terceiro filho de um soldado imperial japonês, que se transfere como estudante para a academia de Sta. Margarida, um local onde mitos urbanos e historias de terror são extremamente populares. Aí ele conhece Victorique, uma misteriosa porém bela e brilhante rapariga que nunca vai ás aulas e passa os seus dias a ler a totalidade do conteúdo da biblioteca ou a resolver mistérios que nem detectives conseguem decifrar. A série foca-se principalmente no envolvimento de Kujou e Victorique nos mais diversos casos misteriosos e o seu esforço em resolvê-los ao mesmo tempo que criam laços com as mais variadas pessoas.

Gosick: uma historia de mistério pelas mãos da BONES que conta com uma lolita gótica com a voz (a brilhante voz diria eu) de Yuuki Aoi como personagem principal e com mistérios como prato principal. A qualidade da animação estava assegurada bem como a capacidade da personagem principal de cativar o interesse dos fãs mais superficiais do meio mas desde cedo se notou que o pano de fundo de mistério e dedução lógica estava muito longe de se equiparar a Sherlock Holmes.

Os mistérios em Gosick servem apenas de pano de fundo e ferramentas para mostrar o desenvolvimento das suas duas personagens principais e a relação entre eles. O enredo é portanto totalmente dedicado ás suas personagens e não há historia em si o que por si só não é mau e tem até o seu charme. Isto nota-se logo nos primeiros episódios que podem claramente ser considerados como menos bons dentro da generalidade do programa muito devido a ligeiras alterações que foram feitas ao enredo na sua transição do papel para o pequeno ecrã. Porém Gosick rapidamente ganha o seu ritmo próprio e a meio da temporada já existe no espectador a vontade de conhecer mais sobre estes dois personagens e sobre os problemas que os ameaçam vindos das sombras do mundo em que se inserem.

Durante toda a série é notória a crescente noção de que Victorique é fruto de um passado em nada perfeito e que ela própria é vista como meramente um peão por forças importantes do reino de Saubure. É precisamente na execução do final climático da série, que procura resolver essas questões, que a série desaponta. Depois de muitos prenúncios ao longo dos primeiros 22 episódios deixados ao longo do ritmo agradável e pausado da historia somos confrontados com um apressado e claramente pouco inspirado final. No entanto eu não culpo na totalidade a BONES por este final uma vez que mesmo nas Light Novels originais o final tem sido referenciado como abrupto pelos leitores (o capitulo final foi publicado em simultâneo com o final da série) no entanto culpo sim o estúdio por ter decidido dedicar apenas 2 episódios em vez de 3 ou 4 ao climax da historia que fruto do elevado numero de pontos a cobrir se tornou desapontantemente apressada.

Veredicto: Não é uma má série e entreteve durante os últimos meses porém não a recomendaria já que existem outras obras que terão de vir primeiro na lista e mesmo dentro do capitulo dos mistérios existem entradas bem menos desapontantes.

• Imagem: 8/10
• Som: 8/10
• História: 6/10
• Personagens: 7/10
• Nota Final: 7/10