No planeta Aqua situa-se a cidade de Neo-Veneza, um centro turístico onde as pessoas se deslocam usando gondolas. As condutoras profissionais de gondolas chamadas Undines são tidas em altas estima e servem como guias turísticas da cidade para os seus visitantes. Mizunashi Akari é uma rapariga a treinar para se tornar Undine e também empregada da Aria Company. Ela tem a sorte de conhecer todo o tipo de pessoas ao transporta-las na sua gondola, desde mentores até pessoas singulares e tudo com uma bela paisagem a servir de pano de fundo.

Robôs gigantes, panty-shots, raparigas dotadas de um qualquer poder magico, protagonistas de um harém dotados da capacidade intelectual de uma formiga… Tudo isto são clichés típicos da animação japonesa e não é deles que vou falar nesta entrada mas sim de Aria, a adaptação ao pequeno ecrã desta relaxante historia que nos conta o dia a dia de uma rapariga que treina para ser uma Undine e conduzir gondolas na cidade de Neo-Veneza no planeta Aria.

Costumo comparar Aria a uma chávena de chá relaxante junto a uma lareira num dia frio de inverno mas deixem-me elaborar um pouco mais esta minha opinião.

Durante cerca de dois meses tive a sorte de descobrir Aria e deixar-me perder no belo planeta Aqua na companhia de Akari-chan consequentemente consegui deitar-me todas as noites com um sorriso rasgado na face após ver mais um episódio desta singular série. Aria é um anime calmo e tranquilo que ajuda bastante a relaxar e o sentimento é reforçado pela banda sonora simplesmente extraordinária.

Aria passa-se num futuro longínquo onde seguimos o dia a dia de Mizunashi Akari uma rapariga que veio do planeta Terra, agora chamado Man-home, para o planeta Aqua, o nome dado na série ao terra-formado do planeta Marte. Akari trabalha na Aria Company como aprendiz de Alicia Florence, uma condutora de gondolas da cidade e a única outra pessoa na companhia. Akari passa os seus dias a treinar na companhia de Aika e Alice, duas outras aprendizes das outras duas companhias de gondolas da cidade, e é neste cenário que nos são contadas as mais diversas historias quer sobre as pessoas que habitam e visitam a cidade de Neo-Veneza, sobre o planeta Aqua em si ou até sobre os pequenos segredos mais ou menos mágicos que a cidade tem para revelar.

Aria não tem uma grande historia para contar ao longo dos seus 53 episodios dividos em 3 séries e uma OVA sem ser mostrar como as personagens evoluem a nível pessoal. É estranho pensar que algo virtualmente sem argumento se consegue tornar tão cativante mas ao descobrirmos a cada episódio uma faceta nova das personagens ou daquele planeta ficamos rapidamente cativados pela atmosfera do universo de Aria que nos deixa profundamente afeiçoados ás personagens vivendo com elas as alegrias e tristezas de cada dia até que somos eventualmente confrontados com o final definitivo e agri-doce da série e respectivos momentos dignos de levar as lágrimas aos olhos dos mais sensíveis, momentos esses que não quero estragar para quem possa vir a ver esta série no futuro. Chamo o final de agri-doce só e apenas por ser efectivamente o final de uma série que eu não me importaria de continuar a ver dia após dia porém tudo o que tem um começo tem também um fim e era inevitável a série atingir esse ponto.

Para finalizar resta só dar uma menção honrosa à excelente banda sonora em todos os aspectos que serve como cereja no topo do bolo desta, para mim, brilhante série. Banda sonora essa que esteve a tocar enquanto escrevi este post e que não deixo de recomendar como quem viu o meu animusic já deve certamente ter notado pela presença de não uma mas duas musicas retiradas da mesma.

Verdicto: pode não ser para todos mas é sem sombra de duvida um dos ou até o anime que define o género slice-of-life e como tal absolutamente indispensável.

Aria já terminou a sua transmissão televisiva encontrando-se totalmente editado em DVD no Japão e parcialmente nos EUA pelo que obter esta série passará pela importação do outro lado do atlântico. Aria @ TV Wall